segunda-feira, 15 de março de 2010

Contrastes entre os dois gigantes espanhóis

Com um gasto de pouco mais de R$600 milhões em craques como Kaká, Cristiano Ronaldo e Benzema, entre outros caros coadjuvantes, o Real Madrid/ESP montou o seu elenco para a temporada 2009/2010. O grande sonho do time nesse período, em dúvida nenhuma, era a conquista da Champions League, ainda mais pelo palco da final ser o seu próprio estádio: o Santigo Bernabeu.

No entanto, a maldição que acompanhava o time há cinco temporadas, se repetiu em 2009/2010, já que o Real foi eliminado novamente nas oitavas-de-final do campeonato. Dessa vez, o algoz foi o francês Lyon, que provavelmente possui um de seus times mais fracos no século XXI.

Passa ano e sai ano e a sina do Real continua a mesma, uma vez que o estelar clube insiste em contratar jogadores a peso de ouro com o intuito de faturar milhões em marketing. Mas a função social da instituição, que é ser uma agremiação de futebol, acaba ficando de lado. Embora os merengues tenham contratado zagueiros como Albiol e Arbeloa, o time ainda ressente de um sistema defensivo mais sólido - a exceção é o bom goleiro Casillas - e de entrosamento. Outro velho problema do clube tem nome e sobrenome: Raul Gonzalez, que não larga seu trono nos galácticos de jeito nenhum mesmo ficando na reserva.

Por fim, vamos ser justos: ninguém contava com a má fase de Kaká, adaptadíssimo ao futebol italiano, mas com uma lesão crônica que vem atrapalhando seu desempenho no clube espanhol e na Seleção Brasileira do técnico Dunga. Seria justo dar um tempo maior para o craque encontrar seu espaço e se livrar dos problemas físicos. Mas como cobrar isso de uma torcida acostumada a ver os maiores craques do mundo e que celebra a boa fase do luso Cristiano Ronaldo, que foi contratado no mesmo período do atleta brasileiro?

Enquanto o Real, clube de maior orçamento do mundo, vive uma tênue linha entre acontecimentos nos meios esportivo e do marketing, seu arquirrival Barcelona, que ultrapassou a arrecadação do inglês Manchester United recentemente, encanta o mundo com seu futebol eficiente, vitorioso e, sobretudo, encantador.

Mesmo com a má fase do excelente atacante francês Henry, o time catalão brilha nos gramados sob a regência de Messi, Ibrahimovic, Daniel Alves, Xavi e Iniesta, entre outros. Uma das grandes diferenças entre Barcelona e Real Madrid é a quantidade de bons jogadores revelados pelo primeiro, que hoje sairiam de lá em negociações envolvendo grandes cifras.

Além dos habilidosos Xavi e Iniesta, o Barça ainda tem em seu time titular os pratas-da-casa Valdés, Piqué e Puyol. Outros jogadores, como Pedro e Bojan, sempre entram muito bem no time. O rico Barcelona revela grandes valores e contrata jogadores de acordo com suas "deficiências". Já para o Real Marketing Madrid, o importante é ter nomes de peso. No último caso, lamento, cada vez mais, a diluição da magia chamada futebol.

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pelo post! Bem escrito, coerente e muito pertinente, vide o fiasco do Real contra o Lyon. Agora, pra "resolver" o problema, o time merengue quer contratar um técnico de peso. pq não investem no grupo que já tem?! Enquanto isso, o Barça vai bem obrigado, fez a parte dele, 4x0 e segue para a próxima fase!!

Bernardo Mendes Barata disse...

Pois é... imagine qual vai ser o tamanho da ferida da torcida madridista caso o arquirrival Barça jogue a final da Champions League 2009/2010 em pleno Santiago Bernabeu?