sexta-feira, 14 de maio de 2010

Seleção Dunguista


Na última terça-feira, dia 11, foi divulgada a lista dos 23 jogadores que, em princípio, defenderão a Seleção Brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, cujo início está marcado para o mês que vem. Utilizei o termo "em princípio" porque, nesse período, com os campeonatos se desenrolando mundo afora, não é tão improvável que algum desfalque ocorra por contusão, como mostra a história do Brasil nos últimos mundiais. O pragmático Dunga apresentou, para surpresa de todos - ou quase todos - duas surpresas. Isso mesmo! Mas, infelizmente, elas não atenderam pelos nomes de Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso ou Neymar, mas sim por Gomes e Grafite.

A lista é formada pela trinca de goleiros Júlio César (Internazionale/ITA), Doni (reserva na Roma/ITA) e Gomes (Tottenham/ING - uma das surpresas da relação), pelos laterais-direitos Maicon (Internazionale/ITA) e Daniel Alves (Barcelona/ESP), pelos zagueiros Lúcio (Internazionale/ITA), Juan (Roma/ITA), Thiago Silva (Milan/ITA) e Luisão (Benfica/POR), pelos "falsos" laterais-esquerdos, já que atuam como meias em seus times, Gilberto (Cruzeiro) e Michel Bastos (Lyon/FRA) e pelos volantes Gilberto Silva (Panathinaikos/GRE), Felipe Melo (Juventus/ITA), Josué (Wolfsburg/ALE), Ramirez (Benfica/POR) e Kleberson (Flamengo) completando o sistema defensivo. Os jogadores ofensivos são os apoiadores Kaká (Real Madrid/ESP), Júlio Baptista (reserva na Roma/ITA) e Elano (Galatasaray/TUR) e os atacantes Luís Fabiano (Sevilla/ESP), Robinho (Santos), Nilmar (Villareal/ESP) e Grafite (Wolfsburg/ALE - outra surpresa).

Um elogio que cabe me fazer ao técnico canarinho é a exclusão de Adriano "Imperador", centroavante flamenguista, da lista de convocação. Com força física e qualidade técnica, o jogador fez de tudo - absolutamente tudo o que estava ao seu alcance - para ser relegado, numa das situações provavelmente mais emblemáticas de todos os tempos envolvendo convocação para Copa do Mundo. Com diversos problemas físicos e, principalmente psicológicos, aliado a um descomprometimento voraz, Adriano conseguiu acabar com a imensa confiança que Dunga detinha nele. Ponto pro nosso rabugento técnico.

Em contrapartida, como deixar de fora craques como Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso e Neymar, que seriam uma solução criativa para a Seleção Brasileira, que convive com a desconfiança da performance de Kaká, com uma pubalgia crônica? Sem o craque do Real Madrid, corremos o risco de ver um meio-campo recheado de marcadores sem habilidade (Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramirez e Júlio Baptista) à altura da equipe amarela. A justificativa (a Seleção foi formada em três anos e pouco, nas palavras do nosso treinador) de não convocar o dentuço e os meninos do Santos, aproveitando o reserva da Roma Júlio Baptista, é plausível? Para mim, de jeito nenhum.

O apelo patriótico patético do auxiliar Jorginho durante a entrevista coletiva de Dunga após a divulgação dos convocados simboliza bem a relação que a torcida brasileira tem, no geral, com sua seleção: falta de empolgação. Sim, vestiremos a camisa brasileira na Copa, eu inclusive, mas temos a sensação de abrir mão de um futebol alegre e vistoso, como determina nossas tradições pentacampeãs.

A lista de espera, formada pelo zagueiro Alex (Chelsea/ING), pelo lateral-esquerdo Marcelo (Real Madrid/ESP), pelo volante Sandro (Internacional), pelos apoiadores Ronaldinho Gaúcho (Milan/ITA) e Paulo Henrique Ganso (Santos) e pelos atacantes Carlos Eduardo (Hoffenheim/ALE) e Diego Tardelli (Atlético-MG), que poderá ser acionada se houver contusão de um dos convocados, me enche de esperança. Não desejo a infelicidade pra ninguém, mas como seria bom ver Ganso e Gaúcho no nosso combativo meio-campo, que possui feição italiana.

O Brasil continua entre os favoritos em virtude do seu peso e entrosamento (Dunga, por seus méritos, tem o time nas mãos), mas não agrada completamente. Falta alguma coisa. Futebol, talvez.

Assim como um dos milhões de "técnicos" espalhados em todo país, tenho minha lista de preferência, que seria formada da seguinte maneira:
Goleiros: Júlio César, Hélton (Porto/POR) e Victor (Grêmio)
Laterais-direitos: Maicon e Daniel Alves
Zagueiros: Lúcio, Juan, Thiago Silva e Miranda (São Paulo)
Lateral-esquerdo: Marcelo
Volantes: Gilberto Silva, Felipe Melo, Hernanes (São Paulo), Ramirez e Lucas (Liverpool/ING)
Apoiadores: Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Paulo Henrique Ganso e Diego (Juventus/ITA)
Atacantes: Luís Fabiano, Robinho, Nilmar e Neymar (Santos)

Convoco apenas um lateral-esquerdo porque temos carência nessa posição (refletida pela convocação de dois atuais meio-campistas por Dunga), abrindo vaga para mais um volante, que é Gilberto Silva (não apresenta bom futebol há tempos, mas tem experiência e liderança na seleção, que podem nos ajudar bastante na luta pelo Hexa).

Bons jogadores foram deixados de lado tanto na minha lista quando na de Dunga, como o meia Alex (Fenerbahçe/TUR), porque o Brasil tem o "problema" de fabricar muitos craques. De qualquer modo, avante Brasil! Rumo ao Hexa!!!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Segue a lista dos times que já conquistaram os campeonatos estaduais Brasil afora. Parabéns aos campeões!!!

Grêmio (Rio Grande do Sul)
Avaí (Santa Catarina)
Coritiba (Paraná)
Santos (São Paulo)
Botafogo (Rio de Janeiro)
Atlético-MG (Minas Gerais)
Vitória (Bahia)
Murici (Alagoas)
ABC (Rio Grande do Norte) - maior campeão estadual do país, com 51 títulos
Fortaleza (Ceará)
Baré (Roraima)
União (Mato Grosso)
Atlético-GO (Goiás)
Ceilândia (Distrito Federal)

Com grande rival, Santos dá a bola pela 18ª vez em SP


Tido como o melhor time brasileiro da temporada de 2010 até então, dada a beleza e ofensividade de seu estilo de jogo, aliada à eficiência, o Santos se sagrou ontem, pela 18º vez de sua gloriosa história, o campeão paulista. O Alvinegro Praiano, que tem como maior ícone o atleta do século Pelé, encontrou no Santo André, representante do ABC paulista e da segunda divisão nacional, um grande rival na decisão do torneio.


O placar de 3 a 2 a favor do time azul representa fielmente o espírito do vice-campeão, que não se intimidou com a pressão de jogar diante do habilidoso time do Santos em plena Vila Belmiro e tendo a obrigação de buscar uma vitória por pelo menos dois gols de diferença para soltar em uníssono o inédito grito de "é campeão" no Campeonato Paulista (como o alvinegro havia ganhado o primeiro confronto por 3 a 2 e detinha a melhor campanha no certame, o Santo André precisava do placar mínimo de dois gols a favor para reverter a vantagem santista).


Com apenas 33 segundos de jogo, o Santo André já havia marcado, com Nunes, seu primeiro gol, mostrando que a equipe estava na luta pelo título. Aos sete minutos, igualdade no placar, com marca dos craques Robinho e Neymar: enquanto o primeiro deu passe de letra no ar dentro da grande área, o segundo passou por um adversário, pelo goleiro e ainda deixou outro jogador no chão antes de chutar alto, forte e cruzado nas redes.


Dois momentos seguidos que poderiam ter definido o jogo a favor do Santo André aconteceram num intervalo de dois minutos, aos 15 e 16 do primeiro tempo, com uma bola na trave e um gol de cabeça mal anulado pela arbitragem, que marcou impedimento inexistente. Mesmo assim, o time do ABC Paulista não esmoreceu e marcou o segundo tento aos 20 minutos da etapa inicial, em gol de cabeça do volante Alê após cobrança de escanteio.


Talvez temeroso de um possível favorecimento ao Santos por parte da arbitragem, agravado pelo gol mal anulado, o clube azul começou a perder a cabeça com Neymar, que caiu diversas vezes no gramado, ora por faltas, ora por encenação. Uma confusão generalizada foi iniciada, resultando na expulsão de um para cada lado: Léo, do Santos, e Nunes, do Santo André.


O primeiro tempo da segunda final do Campeonato Paulista ainda guardava mais emoções, com o gol do empate do Santos, após belíssimo passe do maestro Paulo Henrique Ganso de letra e de costas para Neymar, que nem precisou ajeitar a redonda antes de chutar rasteiro, à direita do goleiro Júlio César. Antes do apito do intervalo, o espetáculo ainda proporcinou aos espectadores expulsão justa do santista Marquinhos, após tesoura desleal num adversário, e o terceiro gol do Santo André, assinalado pela ótima revelação Branquinho.


A pressão da equipe da ABC aumentou no segundo tempo, em virtude da necessidade de mais um gol e da vantagem numérica (dez jogadores contra nove), que aumentou ainda mais com a expulsão do santista Roberto Brum, que entrara na etapa complementar no lugar de Neymar para aumentar o poder defensivo do Peixe. Aos 45 minutos, quase foi colocada água no chop do Santos, com a bola na trave de Rodriguinho. Mas parece que os Deuses do futebol queriam que o ofensivo futebol do Alvinegro Praiano ocupasse o lugar de campeão paulista no ano de 2010. Parabéns, Santos!!! Agora quem dá a bola é você, campeão paulista pela 18ª vez!!!


Embora tenha marcado impedimento inexistente no difícil lance que seria o segundo gol do Santo André, não tenha expulsado um jogador da equipe do ABC por entrada violenta (confesso que foge-me o nome dos atletas envolvidos no lance) e ainda tenha ignorado pênalti no santista Arouca, a arbitragem soube controlar o jogo díficil e decisivo.


Escalações fos finalistas: Santos - Felipe, Pará, Durval, Edu Dracena e Léo; Rodrigo Mancha, Arouca, Marquinhos e Paulo Henrique Ganso; Neymar (Roberto Brum) e Robinho (André e depois Bruno Aguiar). Santo André - Júlio César, Cicinho (Rômulo), Halisson, Cesinha e Carlinhos; Alê (Pio), Gil, Branquinho (Rodrigão) e Bruno César; Rodriguinho e Nunes.
Os gols da partida podem ser vistos aqui.