terça-feira, 20 de abril de 2010

Alvinegros brilham nos principais estaduais do Sudeste

Após terem se enfrentado nas finais dos três Campeonatos Cariocas anteriores, Botafogo e Flamengo novamente estiveram frente a frente em mais um jogo decisivo do torneio nesse último domingo, válido pela final da Taça Rio, segundo turno da competição. Enquanto uma vitória do lado alvinegro consagraria o time campeão carioca sem a necessidade de uma final, já que o Botafogo conquistou o primeiro turno (Taça Guanabara), uma vitória do Flamengo proporcionaria ao torcedor dois jogos finais, sendo travados pelos mesmos adversários.

O rubro-negro até poderia possuir um certo favoritismo se considerarmos a qualidade técnica dos jogadores de seu elenco, mas, sofrendo turbulências com questões envolvendo Libertadores, relacionamento do grupo e o isolamento do gringo Petkovic, perdeu certo valor na bolsa de apostas. Já o Botafogo, considerado por muitos a quarta força do Rio de Janeiro, vinha apresentando um futebol inteligente no aspecto tático, protegendo suas fraquezas e aproveitando as virtudes, como as jogadas aéreas endereçadas ao uruguaio El Loco Abreu. Entretanto, o time carregava o estigma de freguês do Flamengo, já que perdera os três últimos Campeonatos Cariocas para o arquirrival.

Sob a batuta do técnico "Rei do Rio" Joel Santana, o Botafogo tratou de enterrar qualquer desconfiança, se é que existia, e ganhou por 2 a 1, com gols de pênaltis do ataque mercosul El Loco Abreu e Herrera. O Flamengo descontou com Vágner Love e ainda perdeu um pênalti com o outro membro do "Império do Amor", Adriano, muito bem defendido pelo bom goleiro Jéferson. Parabéns ao Botafogo, que conquistou o 19º Campeonato Carioca de sua gloriosa história e tem uma diretoria séria e trabalhadora. Já ao Flamengo resta juntar os cacos e lutar, até o último segundo, pela classificação na Libertadores nessa quarta-feira, diante do venezuelano Caracas, no Maracanã.

Em São Paulo, no domingo observamos o clássico San-São, que colocou dois opostos em campo. Enquanto o São Paulo prima, já há alguns anos, pelo futebol de resultado, com uma defesa sólida, meio-de-campo pegador e ataque eficaz, o Santos pode ser comparado, guardadas as devidas proporções, ao Barcelona, já que tem uma excelente média de gols alavancado por um ataque fortíssimo, cujos principais nomes são Paulo Henrique Ganso, Neymar e Robinho (outros jogadores como André, Marquinhos e o reserva Madson, por exemplo, sempre contribuem muito com o time). Após ter ganhado do São Paulo no Morumbi por 3 a 2, o time do Rei Pelé não tomou conhecimento do adversário na Vila Belmiro. Com dois gols de Neymar, que tem tudo para ser o melhor jogador do planeta daqui a alguns anos, e um de Ganso, o time goleou o Tricolor Paulista por 3 a 0. O vistoso time do Santos avançou para a final do Campeonato Paulista, que será disputada contra o Santo André. Parabéns ao time do Santos, que nos encanta com seu futebol técnico, moleque e atrevido, sempre em prol do maior objetivo do futebol: o gol.

Já em Minas Gerais, o Atlético-MG conseguiu se classificar para a final do Campeonato Mineiro após ter empatado com o Democrata no Mineirão em 0 a 0 (no primeiro confronto, disputado no Ipatingão, no Triângulo Mineiro, o Galo venceu por 2 a 1). Apesar da vaga ter sido conquistada de maneira apertada, o Atlético-MG, comandado por Vanderley Luxemburgo, cumpriu com sua obrigação num campeonato que conta com apenas dois times grandes e vários coadjuvantes. A final será disputada com.... o Cruzeiro? Errado! O clube celeste, que irá disputar a segunda fase da Libertadores, conseguiu a proeza de perder para a filial Ipatinga por 3 a 1 em Belo Horizonte (no jogo de ida, houve empate por 0 a 0 no Ipatingão).

Não importa se o Cruzeiro entrou com time misto, já que prioriza a competição sul-americana, mas é fato que a equipe tomou um banho de bola do rival. Além de ter sido desclassificado na semifinal por um time de menor expressão, o Cruzeiro acabou escapando de uma goleada histórica. Se não fossem os inúmeros erros de arbitragem, o time poderia ter tomado mais três gols, uma vez que o Ipatinga foi prejudicado pela não marcação de duas penalidades máximas e pela anulação de um gol legal. Os diversos erros capitais causaram ira no presidente do Ipatinga, Itair Machado, que afirmou, com revolta, que poderia não disputar a final do Campeonato Mineiro como sinal de completa indignação. Vamos torcer para que a ameaça não se concretize, pois o time mereceu, no campo, chegar à final contra o Galo.

Parabéns aos três alvinegros do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que estão, cada um da sua maneira, de portando da maneira que são: como times grandes.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Os deuses e amantes do futebol agradecem

Sei que abordei no meu último post no blog o futebol praticado pelo cracaço Messi, do Barça/ESP. Não economizei nos elogios, pois o hermano tem se destacado de uma maneira que nenhum outro jogador se aproxima atualmente. Mas como não ser repetitivo, exaltando o atleta, depois dele ter dilacerado a defesa do bom time do Arsenal/ING? De fato, o Barcelona era o favorito na disputa por uma vaga nas semifinais da Champions League 2009/2010 contra a equipe londrina, mas poucos esperavam o que ocorreu.

Depois de construir o placar de 2 a 0 no Emirates Stadium, na Inglaterra, o time catalão acabou cedendo o empate ao rival no fim do jogo. O lance do segundo gol do Arsenal, marcado de pênalti pelo excelente meia espanhol Fábregas, ainda ocasionou a expulsão do respeitado zagueiro Puyol, desfalcando o Barcelona na partida de volta. Além disso, não podemos desconsiderar, já no segundo jogo, as ausências dos ótimos Ibrahimovic e Henry (o último foi relacionado para o banco de reservas, mas não entrou no decorrer da partida). As pérolas Pedro e Bojan os substituiram.

No desafio travado no Camp Nou, na Catalunha, o Arsenal saiu na frente, mas, dando indícios de que complicaria bastante a tarefa do time da casa. Essa era a tendência. Mas ficou só na expectativa, já que o Barcelona virou o marcador para 3 a 1, ainda no primeiro tempo, com um show à parte de Lionel Messi, autor dos três gols.

O argentino, que já mostrara o quanto cada euro desembolsado pelo torcedor presente no Camp Nou havia valido a pena, ainda conseguiu marcar o quarto gol no fim da etapa complementar. É difícil, para não dizer impossível, medir o tamanho do feito do jogador, que acabou com o bom e tradicional Arsenal numa quartas-de-final de Champions League (competição de futebol mais importante do continente europeu) marcando quatro gols no segundo jogo. Como não ser repetitivo destacando a sobre-humana e regular performance de Messi?

Apesar de diferentes, os quatro gols nos mostram como é infindo o repertório do argentino. Enquanto no primeiro o jogador conseguiu "tabelar" com as pernas de um adversário e acertar um chutaço da meia-lua, no segundo ele recebeu a bola na grande área, driblou um adversário e chutou alto e cruzado, sem chances de defesa para o goleiro Almunia. Já no terceiro, o craque foi contemplado com um ótimo lançamento e, aí, partiu de trás com muita velocidade e encobriu o pobre arqueiro do Arsenal, com um leve toque quase à risca da grande área. Por fim, no quarto gol, driblou dois rivais, conduziu a bola para a diagonal esquerda do ataque do Barça e chutou cruzado. O goleiro Almunia até defendeu, mas, no rebote, foi abatido.

Velocidade, habilidade, colocação, oportunismo, precisão e um certo golpe de sorte são algumas das características marcantes de Messi, que não é centroavante de origem. Depois do estrondoso futebol de Ronaldinho Gaúcho principalmente entre os anos de 2004 e 2005, quando foi eleito o melhor jogador do mundo no mesmo Barcelona, nenhum outro foi tanto admirado quanto Messi, ganhador do prêmio no ano passado (nem Cristiano Ronaldo e tampouco Kaká jogaram tanto quanto o Gaúcho e o argentino).

Acho absurda a comparação de Messi com Pelé, que ganhou três Copas do Mundo e marcou mais de mil gols. Não apenas pela qualidade técnica do Rei do Futebol, mas porque as épocas dos dois craques são muito distintas. Mas digo, certamente, que Messi caminha a passos largos para encravar de vez seu nome no roll dos maiores jogadores do esporte bretão de todos os tempos. E isso tendo o jovem apenas 22 anos. Até onde chegará Messi? Impossível responder a pergunta, mas eu espero estar lá para ver. Todos devemos agradecer pela oportunidade de vê-lo jogar, desde os pobres mortais aos deuses do futebol.

O vídeo com os gols de Messi e mais alguns comentários sobre seu desempenho no clássico europeu contra o Arsenal podem ser vistos aqui.