terça-feira, 1 de junho de 2010

Copa é um evento essencialmente capitalista

Faltando alguns dias para o início da Copa do Mundo da África do Sul, um dos assuntos que mais têm alimentado o noticiário esportivo é a qualidade da bola Jabulani, da Adidas, que será utilizada na competição. O tema tem suscitado discussões não apenas entre jogadores brasileiros, pois atletas europeus (o espanhol Casillas e o italiano Pazzini) já se manifestaram.

Pelos relatos que tomei conhecimento, a maioria dos boleiros reclama da redonda. Para eles, a bola muda de trajetória, o que dificulta o domínio e a previsibilidade no momento do chute. Conforme declarou ao jornal O Globo o volante brasileiro Felipe Melo, da Juventus/ITA, "as outras [bolas] parecem mulher de malandro. Esta é mais patricinha. Não gosta de ser chutada".

Sem nunca ter testado a redonda, não posso julgar a sua qualidade, apesar de reconhecer a excelência da fabricante alemã Adidas. O que me chama a atenção na discussão é a guerra travada no capitalismo, que cria uma briga pelo mercado consumidor. A maioria dos jogadores que criticaram a bola são patrocinados pela maior rival da Adidas, a estadunidense Nike. Em contrapartida, alguns dos defensores são patrocinados pela empresa germânica. Ou seja, o principal aspecto em pauta é a qualidade da bola ou a concorrência capitalista?

Como em tudo na vida, há exceções: o goleiro Casillas, patrocinado pela Adidas, que também investe no seu time, o todo-poderoso Real Madrid/ESP, já reclamou. Agora terá que se explicar com os investidores.

Entretanto, a maior parte do dilema é alimentado pela Nike e seus representados, de um lado; e a Adidas e seus atletas, contra-atacando ou se defendendo, do outro. O que deveria ser o principal tema, a real qualidade da bola, instrumento essencial para o espetáculo da Copa do Mundo, acaba ficando de lado.

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