quinta-feira, 8 de abril de 2010

Os deuses e amantes do futebol agradecem

Sei que abordei no meu último post no blog o futebol praticado pelo cracaço Messi, do Barça/ESP. Não economizei nos elogios, pois o hermano tem se destacado de uma maneira que nenhum outro jogador se aproxima atualmente. Mas como não ser repetitivo, exaltando o atleta, depois dele ter dilacerado a defesa do bom time do Arsenal/ING? De fato, o Barcelona era o favorito na disputa por uma vaga nas semifinais da Champions League 2009/2010 contra a equipe londrina, mas poucos esperavam o que ocorreu.

Depois de construir o placar de 2 a 0 no Emirates Stadium, na Inglaterra, o time catalão acabou cedendo o empate ao rival no fim do jogo. O lance do segundo gol do Arsenal, marcado de pênalti pelo excelente meia espanhol Fábregas, ainda ocasionou a expulsão do respeitado zagueiro Puyol, desfalcando o Barcelona na partida de volta. Além disso, não podemos desconsiderar, já no segundo jogo, as ausências dos ótimos Ibrahimovic e Henry (o último foi relacionado para o banco de reservas, mas não entrou no decorrer da partida). As pérolas Pedro e Bojan os substituiram.

No desafio travado no Camp Nou, na Catalunha, o Arsenal saiu na frente, mas, dando indícios de que complicaria bastante a tarefa do time da casa. Essa era a tendência. Mas ficou só na expectativa, já que o Barcelona virou o marcador para 3 a 1, ainda no primeiro tempo, com um show à parte de Lionel Messi, autor dos três gols.

O argentino, que já mostrara o quanto cada euro desembolsado pelo torcedor presente no Camp Nou havia valido a pena, ainda conseguiu marcar o quarto gol no fim da etapa complementar. É difícil, para não dizer impossível, medir o tamanho do feito do jogador, que acabou com o bom e tradicional Arsenal numa quartas-de-final de Champions League (competição de futebol mais importante do continente europeu) marcando quatro gols no segundo jogo. Como não ser repetitivo destacando a sobre-humana e regular performance de Messi?

Apesar de diferentes, os quatro gols nos mostram como é infindo o repertório do argentino. Enquanto no primeiro o jogador conseguiu "tabelar" com as pernas de um adversário e acertar um chutaço da meia-lua, no segundo ele recebeu a bola na grande área, driblou um adversário e chutou alto e cruzado, sem chances de defesa para o goleiro Almunia. Já no terceiro, o craque foi contemplado com um ótimo lançamento e, aí, partiu de trás com muita velocidade e encobriu o pobre arqueiro do Arsenal, com um leve toque quase à risca da grande área. Por fim, no quarto gol, driblou dois rivais, conduziu a bola para a diagonal esquerda do ataque do Barça e chutou cruzado. O goleiro Almunia até defendeu, mas, no rebote, foi abatido.

Velocidade, habilidade, colocação, oportunismo, precisão e um certo golpe de sorte são algumas das características marcantes de Messi, que não é centroavante de origem. Depois do estrondoso futebol de Ronaldinho Gaúcho principalmente entre os anos de 2004 e 2005, quando foi eleito o melhor jogador do mundo no mesmo Barcelona, nenhum outro foi tanto admirado quanto Messi, ganhador do prêmio no ano passado (nem Cristiano Ronaldo e tampouco Kaká jogaram tanto quanto o Gaúcho e o argentino).

Acho absurda a comparação de Messi com Pelé, que ganhou três Copas do Mundo e marcou mais de mil gols. Não apenas pela qualidade técnica do Rei do Futebol, mas porque as épocas dos dois craques são muito distintas. Mas digo, certamente, que Messi caminha a passos largos para encravar de vez seu nome no roll dos maiores jogadores do esporte bretão de todos os tempos. E isso tendo o jovem apenas 22 anos. Até onde chegará Messi? Impossível responder a pergunta, mas eu espero estar lá para ver. Todos devemos agradecer pela oportunidade de vê-lo jogar, desde os pobres mortais aos deuses do futebol.

O vídeo com os gols de Messi e mais alguns comentários sobre seu desempenho no clássico europeu contra o Arsenal podem ser vistos aqui.

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